miércoles, 23 de abril de 2008

Fuligem


Passa o vento, atravessa tímido a janela.
Esse assobio medroso já é de casa.
Sentes o ar? Áspero! vai raspando a garganta e empurra até o que não sai.
O sol mal-acostumado hoje figura atrás das nuvens.
Já vistes nuvem sorrir?
Quase que noite sente-se a falta do café. Gosto de chuva, domingos na praça, a casa da vô.
Cheiro amargo, cinza e marrom que inunda de nostalgia a sala de estar. Folhas no chão.
Tic-tac tic-tac meu bom senhor, leva contigo toda minha dor. Acaba essa história,
enterra essa voz.

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